Mensagem por ocasião do 34º Dia da OOAS
pelo Professor Stanley Okolo,
Director Geral da OOAS
Hoje, 9 de Julho de 2021, a Organização Oeste Africana da Saúde comemora 34 anos de existência, dos quais os últimos 18 meses foram os mais desafiadores. Tal como em outras partes do mundo, a pandemia mundial da COVID-19 em curso teve um impacto devastador em termos de saúde, sociais e económicos sobre a população da África Ocidental. Desde a sua criação, a OOAS trabalhou em estreita colaboração com os 15 Ministérios da Saúde dos Estados membros da CEDEAO, o Escritório Regional Africano da OMS e com todas as principais partes interessadas, incluindo mais recentemente o Centro Africano de Controlo das Doenças para cumprir o seu mandato de salvaguardar e melhorar a saúde dos cidadãos da região.
E apesar dos recorrentes surtos de doenças e epidemias que desafiaram os frágeis sistemas de saúde da nossa região, a OOAS tem defendido vários programas de melhoria da saúde, incluindo projectos de redução do número de mulheres que morrem durante o parto e do número de crianças que morrem antes dos 5 anos de idade; projectos de aumento do fabrico local de medicamentos de alta qualidade; e projectos de reforço da vigilância das doenças, da preparação e da arquitectura de resposta da região; para garantir que os surtos de doenças infecciosas sejam detectados precocemente e que a resposta seja robusta.
Durante a pandemia da COVID-19 em curso, a OOAS liderou os esforços de resposta regional, facilitando a coordenação, colaboração e comunicação entre os Estados membros e entre a região e os parceiros internacionais. Fornecemos mais de 100.000kg de materiais médicos de primeira necessidade, tais como equipamento de diagnóstico laboratorial e reagentes, equipamento de protecção individual (EPI), e ventiladores para apoiar os Estados membros nos seus esforços nacionais. Mais de 3000 profissionais de saúde foram formados em várias competências necessárias para os esforços de resposta à COVID-19, para além do apoio financeiro específico para ajudar os Estados membros em áreas específicas de necessidade, tais como a contratação de rastreadores de contacto ou equipas de intervenção rápida de saúde pública ou a aquisição de equipamento necessário para vigilância ou diagnóstico.
Assim, ao assinalarmos o Dia da OOAS deste ano, é importante que recordemos todos os nossos cidadãos que perderam a vida no ano passado devido à pandemia da COVID-19, especialmente os trabalhadores da saúde que pagaram o derradeiro preço com as suas vidas enquanto estavam na vanguarda da resposta a esta pandemia devastadora. Que as almas de todos os que partiram descansem em perfeita paz.
O dia de hoje oferece-nos também a oportunidade de reflectir sobre os desafios contínuos que enfrentamos na tentativa de melhorar a saúde da população da região. Uma lição da devastadora epidemia de Ébola 2014-2016 na nossa região foi a necessidade de uma agência sob a égide da OOAS dedicada especificamente à vigilância, preparação e resposta às epidemias recorrentes na região.
Cinco anos após a criação do Centro Regional de Vigilância e Controlo das Doenças da CEDEAO (CRVCD da CEDEAO), é motivo de pesar pessoal que o centro ainda não esteja totalmente operacional devido a atrasos burocráticos no longo programa de Reforma Institucional da CEDEAO. Por conseguinte, a OOAS continua a liderar a agenda da segurança sanitária da região, para além de todas as outras questões de saúde prementes, tais como o paludismo, as doenças não transmissíveis, a produção regional de medicamentos de qualidade e a cobertura sanitária universal.
Embora a região tivesse tido um desempenho muito melhor do que o previsto durante a pandemia da COVID-19, as fragilidades dos nossos sistemas de saúde foram expostas, incluindo fragilidades nas infraestruturas, recursos humanos e capacidade laboratorial, para além de défices nos níveis de engajamento comunitário necessários para um controlo eficaz da doença. Os governos e as partes interessadas devem, por conseguinte, empenhar-se em reforçar os sistemas nacionais de saúde e restabelecer a confiança das nossas populações, sem os quais as medidas de saúde pública falharão. Está ao nosso alcance, como indivíduos e grupos, controlar esta pandemia através de mudanças de comportamento social, enquanto aguardamos a disponibilidade de doses suficientes de vacinas através da colaboração internacional e discussões em curso sobre o estabelecimento de instalações de fabrico de vacinas na região.
A OOAS é extremamente grata aos Chefes de Estado e de Governo dos Estados membros da CEDEAO, aos Ministros da Saúde e aos nossos parceiros internacionais ao continuarmos em solidariedade na marcha para a integração regional através da saúde. Ainda temos muito trabalho pela frente mas acredito que trabalhando juntos seremos bem-sucedidos.
Viva a CEDEAO. Viva a OOAS. Viva a integração regional.
Nota de rodapé:
A Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS) foi criada em 1987 mas tornou-se plenamente operacional em 2000 quando foi nomeado o primeiro Director Geral. Ao longo dos anos, a OOAS evoluiu e tornou-se líder regional em questões da saúde à medida que continua a cumprir o seu mandato como Instituição de Saúde da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).